terça-feira, abril 11, 2006

estou a dez minutos (sim, com os exageros janequenses) a tentar ordenar as respostas* em mim ao que escreveste, raul meu.
1. olhar e nao ver. sim, seguramente, eu faço-o. tantas vezes.
2. olhar e nao ver demasiadas vezes. a isto, ja tenho mais dificuldade em responder. a verdade que se nao o fizermos nao vamos a lado nenhum. e muito bom ser atento, tentar ver tantas coisas, mas nao perder sempre o rumo. porque ver implica perder o rumo. ou, pelo menos, esquecermo-nos que ha um rumo. ou pelo menos, eu esquecer-me que ha um rumo. nao quero generalizar. talvez olhe e veja na conta certa. olho quando quero ver outras coisas. vejo quando quero ver. se vir sempre, em vez de olhar, nao irei a lado nenhum. uma viagem, por exemplo. se ficar so a ver, nao me movo. nao chego sequer a começar a viagem. perco-me no ver e nao ando para frente, nem para tras, nem para os lados. perderei a capacidade de conversar, porque ver é a full time thing, nao se coincilia, exige-me na totalidade.

o horizonte olha-se, mas nao se ve.

e eu, as vezes, preciso de olhar para o horizonte. ou estagno.
tal como as vezes preciso de ver. ou tropeço.

ja quis so ver. ja quis so olhar. agora ando a ver se descubro o equilibrio.

3. uma dica para veres, em vez de olhares, lisboa. sai dai. e volta. é um luxo ver lisboa com olhos de turista. eu recupero-os a cada vez que saio de lisboa. voltar é quase quase como se fosse a primeira vez. dei por mim a sonhar com o rio, imagina!
4. ou isso, ou vai almoçar as freiras com o b e o miguel. eles ajudam, pelo menos a mim, a ter olhos de turista em lisboa. e que luxo.


* respostas que sao tudo menos respostas. sao so postas, e re-postas.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que giro,não tinha lido o teu post quando comentei o do Raúl. E é verdade que quando saimos e voltamos a entrar em lisboa ela fica diferente, ou nós é que a vemos de forma diferente.
Espero que esteja tudo bem. Hoje passei ao pé do sítio onde trabalhavas, lembrei-me de ti, e até estive para te mandar uma mensagem mas pensei que ias ficar com mais saudades e não te queria estar a aumentar isso que é dificil de passar. Mas que também é bom de ter, sabe tão bem voltar, com muitas saudades... parece que tiramos um peso de cima de nós. Acho que as saudades fazem bem, enchem-nos cá dentro, fazemo-nos crescer aqui,no meio, bem lá no fundo.
Beijinhos, e não penses que por estar aqui nao tenho saudades, mas tenho, muitas, lembro-me imensas vezes de ti, muitas mesmo!

11/4/06 21:40  

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