“COMO SERIA A LISBOA IDEAL?”
ALKANTARA e ZDB convidam os habitantes de Lisboa, de todas as idades e profissões, a repensar o âmbito em que trabalhamos e vivemos. Como seria a Lisboa ideal? O que há de bom na nossa cidade? O que deveria mudar? Há coisas concretas que todos nós podemos fazer? Será que o nosso comportamento deve mudar? Ou a organização do tecido urbano? Precisamos de mais parques e jardins, transportes públicos, bibliotecas, escolas, teatros, campos de futebol, museus...? Ou precisamos sobretudo de menos? Menos carros, menos poluição, menos obras...?
Não há limitações, nem instruções. Esperamos propostas concretas e sonhos talvez irrealizáveis, desabafos irreflectidos e projectos ponderados, ideais soltas e utopias construídas... “Lisboa Ideal” é um convite direccionado a todos os que queiram partilhar os seus sonhos e ideias para a nossa cidade.
Convidamos todos os que queiram colaborar nesta iniciativa a enviar textos, imagens digitais ou vídeos, em resposta a esta pergunta. Todas as contribuições serão apresentadas num evento público a decorrer no dia 12 de Maio de 2007, integrado na programação do primeiro encontro do projecto “Lugares Imaginários”.
Deadline: 25 de Abril de 2007
Enviem as vossas propostas para:
lisboa.ideal@alkantara.pt ou lisboa.ideal@zedosbois.org
ou para:
lisboa ideal
alkantara
rua do Forno do Tijolo, 54 - 5ºEsq
1170-138 Lisboa, Portugal
lisboa ideal
galeria ZDB
rua da barroca 59
bairro alto 1200-047 lisboa
Em caso de dúvida não hesitem contactar:
tel: + 351 213 152 267
fax: +351 213 151 368
LUGARES IMAGINÁRIOS
A Cidade Ideal é um tema recorrente no imaginário e na tradição intelectual do Mediterrâneo, desde o mito da Torre de Babel, passando pelas descrições de Platão da cidade ideal no seu livro A República, até aos projectos para uma cidade utópica de Leonardo da Vinci e o famoso quadro La Città Ideale de Piero della Francesca. Uma constante curiosidade nesta tradição - desde as construções dos templos gregos até aos utopistas da Renascença - é a ideia de que a cidade perfeita deve ser construída de acordo com as proporções e funcionalidades do corpo humano.
Existe uma outra cidade, quase diametralmente oposta a esta cidade utópica imaginária: a cidade da actividade humana. A organização e ocupação do espaço antes e para além das ocupações dos políticos e urbanistas. Uma cidade que cresce intrinsecamente e se adapta às necessidades humanas. Esta cidade orgânica é palpável no surgimento e crescimento de mercados locais, na concentração de profissões e negócios em determinadas ruas, na ocupação espontânea de espaços devolutos.
À medida que o tecido urbano se torna mais complexo e o seu planeamento é entregue a políticos e especialistas – sociólogos, arquitectos, planificadores urbanísticos, peritos de mobilidade, agentes imobiliários, ... – o espaço ‘livre’ parece encolher e a criatividade individual na utilização do espaço público e privado vai diminuindo. Em tempos era suficiente colocar uma cadeira na rua com a indicação “barbearia” para abrir negócio. Vendedores ambulantes criavam centros comerciais temporários numa praça central, restaurantes de rua apareciam do nada à hora do almoço e o único quarto de uma casa dividia-se em quartos imaginários pela forma como a mobília estava colocada: a cama a um canto, a televisão noutro, o sofá num terceiro e a mesa da cozinha num quarto.
Parece que, à procura do ideal urbanístico, perdemos a imaginação e a criatividade. Daí o convite a cinco equipas de encenadores, coreógrafos, actores, bailarinos e outros artistas de Lisboa, Marselha, Cagliari, Ljubljana, Girona, Istambul e Beirute para reflectirem sobre a cidade contemporânea e a cidade ideal. De 5 a 20 de Maio de 2007, os cerca de 25 participantes do projecto encontrar-se-ão em Lisboa, para trocar ideias e iniciar o processo de criação. "Lisboa Ideal" complementa o trabalho deste grupo, ao incluir a população de Lisboa na pesquisa sobre a cidade ideal.
O resultado final do projecto “Lugares Imaginários” será apresentado numa digressão internacional em Setembro e Outubro 2007 (entre 1 e 7 de Outubro em Lisboa).